Os vulcões proporcionam-nos uma bela paisagem porém podem ser muito catastróficos pois, por vezes, destroem totalmente cidades ou outro tipo de povoações. Será que as pessoas não arriscam até ao limite as suas vidas e bens ao construírem as suas habitações e vias de comunicação perto de vulcões?
Será que as pessoas estão devidamente informadas sobre os sinais que os vulcões transmitem antes de entrarem em erupção? Será que a tecnologia se poderá desenvolver ao ponto de se conseguir prever com mais antecedência a erupção de um vulcão? Assim, talvez houvesse mais tempo para as populações se prepararem para uma evacuação perante a catástrofe iminente.
Durante esta unidade, por curiosidade, fiz uma pesquisa relacionada com a atividade vulcânica em Portugal. Em alguns sítios é referido que todos os vulcões em Portugal estão extintos, mas noutros é referido que alguns estão apenas adormecidos (inativos). Ficou-me então esta dúvida: Quando é que se considera que um vulcão está extinto?
Digo-vos que já tive oportunidade de estar bem perto de vulcões:
Em 2009 fui aos Açores e visitei a ilha do Pico (cujo vulcão é o ponto mais alto de Portugal), e as furnas na ilha de S. Miguel;
Em 2010, nas minhas férias grandes, fui à Costa Rica. Numa noite fizemos uma excursão para observar a atividade do vulcão Arenal e ficámos a dormir lá perto. Adorei esta experiência pois os quartos do hotel tinham uma parede envidraçada pela qual se via perfeitamente o vulcão.
Desde sempre que os vulcões fascinaram e aterrorizaram o Homem, levando à criação de muitas lendas em todo o Mundo. Deixo-vos aqui algumas que me pareceram bastante curiosas:
Japão: O gigante e o Monte Fuji
Para os japoneses, o Monte Fuji é uma montanha sagrada e local de habitação de vários deuses. Existe uma lenda que conta que o vulcão teria nascido do sonho inacabado de um gigante que queria entulhar o Oceano Pacífico. O infeliz passou uma noite a encher sacos de terra para despejar no oceano, mas acabou por desistir e despejou os últimos sacos sobre o Japão, fazendo nascer o Fuji.
Indonésia: Recordação de um sacrifício
Segundo uma lenda, um casal real que não conseguia ter filhos, apelou ao deus do vulcão Bromo e jurou oferecer-lhe um dos seus filhos. O casal teve uma descendência numerosa e sacrificou o seu 25º filho ao vulcão. Ainda hoje, uma vez por ano, numerosos peregrinos sobem as encostas do vulcão Bromo para se manterem em recolhimento toda a noite antes de atirarem flores, frutos, dinheiro, galinhas e até cabras, para o interior do vulcão.
América do Norte: Um urso gigante
Os índios americanos de Wyoming explicam a presença da agulha rochosa do Pico do Diabo com uma lenda curiosa. O pico terá saído da terra para salvar 7 rapariguinhas perseguidas por um urso gigante. Uma vez longe do solo, escaparam ao animal monstruoso. As longas marcas verticais abertas nos lados seriam as marcas deixadas pelas garras do urso ao tentar agarrar as raparigas.
Sicília (Itália): A origem do fogo do Etna
Na mitologia grega, Zeus teve de enfrentar os Titãs antes de se tornar no pai dos deuses do Olimpo. A guerra foi tão terrível que o universo quase desapareceu. Zeus triunfou e puniu severamente os inimigos vencidos, acorrentando-os e enterrando-os vivos. Um deles, Encelado, sepultado sob o vulcão Etna. Os Gregos pensavam que as erupções do vulcão se deviam ao hálito de fogo e às contorções do Titã sempre que este se virava.
Na disciplina de Ciências Naturais tivemos a oportunidade de visionar o filme "Vulcão". Apesar de ser uma aventura de ficção (não se tratava de um documentário a retratar factos reais), permitiu ilustrar algumas situações referidas nas aulas sobre o tema "Atividade Vulcânica: riscos e benefícios da atividade vulcânica".
O filme “Vulcão” (título original “Volcano”) é um filme norte-americano, lançado em 1997 e realizado por Mick Jackson.
Tudo começa numa normal manhã na cidade de Los Angeles. Algumas pessoas tomam o pequeno-almoço, outras dirigem-se para o trabalho apressadas, os carros passam nas estradas e as lojas começam a abrir. Porém, tudo se irá alterar em breve.
Subitamente o chão começa a tremer e a população corre, desesperada, para o meio das ruas pois um terramoto de magnitude 4,9 na escala de Richter começa a afetar a cidade.
Após o terramoto, e com a maioria das pessoas concentrada no parque central da cidade, qual não é o espanto dos cientistas do local quando começam a verificar a saída de muito vapor pelas sarjetas, buracos de esgotos, etc. Rapidamente se apercebem que, do interior da Terra, estão a ser expelidos dióxido enxofre, dióxido de carbono e vapor de água.
Pela cidade vai crescendo o receio da ocorrência de mais réplicas do terramoto e aconselha-se que as pessoas abandonem rapidamente as suas habitações.
Nesse mesmo dia, a água de um lago começa a aumentar progressivamente de temperatura, o que significa que a superfície da Terra está a começar a aquecer.
Duas geólogas decidem então ir ver o que se passa, descendo por uma abertura até ao túnel do metro. Aí, começam a inspecionar o local e reparam em fendas provocadas pelo movimento das placas tectónicas.
Uma das cientistas apercebe-se que dentro das fendas se encontra um líquido viscoso, duma cor indefinida entre o alaranjado e o avermelhado, e que está a começar a libertar fumo que contém magnésio e níquel. Compreende então que se trata de magma e que está a ocorrer a formação de um vulcão. Acaba por morrer intoxicada devido ao fumo intenso.
A outra cientista, muito assustada e temendo pela vida, consegue chegar à superfície sã e salva. No entanto, está consciente da catástrofe iminente pois aquele líquido perigoso, mais tarde ou mais cedo, iria chegar à superfície.
Um novo terramoto de maior intensidade abala a cidade. Abrem-se cada vez mais fendas no chão e a cratera do vulcão começa a aparecer. Dessa cratera começa a jorrar lava, juntamente com piroclastos (bombas de lava), o que vai provocar incêndios, explosões e mortes por toda a cidade.
Segue-se um momento de grande silêncio que provoca grande alívio das pessoas. Mas o pior ainda estava para vir: rapidamente a lava começa a jorrar pelas ruas como se fosse um rio e não há maneira de a parar.
Aviso: Ainda não viste o filme? Se continuares a ler ficas a saber como é que acaba...
A população une-se e começa a construir uma parede de betão. O objetivo é parar a lava e solidificá-la com a ajuda dos esguichos das mangueiras dos bombeiros e de helicópteros cheios de água. Há grande ansiedade em relação ao resultado desta operação que aparentemente é bem-sucedida.
Porém, um grupo de cientistas prevê que a lava comece agora a escorrer pelos túneis do metropolitano até emergir à superfície. A única opção será desviar a lava para o mar.
Com esse objetivo, decidem colocar explosivos num centro comercial e acioná-los quando a lava surgir à superfície de modo a que os destroços desviem a rota da lava na direção desejada.
Depois do êxito do plano, é o momento de iniciar as obras de reconstrução da cidade. Apesar do alívio momentâneo, nada apaga a tristeza pelas vidas perdidas e pela destruição causada e mantém-se a preocupação que o vulcão possa um dia voltar a entrar em erupção.
A minha opinião sobre o filme
Eu gostei muito deste filme porque acho interessante a mistura de ficção com factos reais sobre os vulcões.
Nas aulas já tínhamos abordado este assunto pelo que o visionamento deste filme foi uma maneira diferente e divertida de continuarmos a dar esta matéria.
Existem muitos momentos de suspense e na minha opinião a história está muito bem montada.
Ficamos a pesar se é possível uma cidade preparar-se para uma catástrofe natural como o aparecimento e erupção de um vulcão. Penso que não. Na realidade, a única opção será a evacuação das populações para locais seguros.
Quais os benefícios associados à atividade vulcânica?
Exploração agrícola: As cinzas vulcânicas constituem adubos naturais para as terras onde se depositam. São ricas em elementos favoráveis ao crescimento das plantas e tornam os solos muito férteis. As águas dos lagos perto dos vulcões são ricas em nutrientes provenientes das cinzas vulcânicas, pelo que estão cheias de peixes.
Materiais para a construção: As rochas vulcânicas sólidas foram utilizadas para a construção de casas, monumentos ou templos. Em várias regiões francesas podemos encontrar casas antigas feitas com lavas negras ou pedra-pomes claras.
Utilização na indústria: O enxofre entra na composição de variados medicamentos e serve na indústria da borracha; a pedra-pomes, quando reduzida a pó, entra na composição da pasta de dentes.
Energia geotérmica: A geotermia é o nome dado ao calor do subsolo e à sua utilização como fonte de energia. Permite aquecer habitações, estufas, piscinas, etc. É graças a este tipo de energia que, na Islândia, situada perto do pólo norte, se consegue manter estufas com produção de laranjas, bananas e outros frutos tropicais.
Saúde: As termas são consequência do aquecimento das águas por parte dos vulcões. São ricas em variados nutrientes e permitem curar muitas doenças. No Japão os banhos de areia são muito procurados, pois também são uma fonte curadora de doenças. Nesses locais as pessoas enterram-se até ao pescoço na areia vulcânica, negra e quente, das praias.
Turismo: Os vulcões são muito procurados pelos turistas e constituem reservas naturais e um ambiente preservado.
Exploração mineira em zonas vulcânicas: Muitos jazigos de metais como o cobre, o ouro, a prata, o chumbo, o zinco e o estanho estão ligados a uma atividade vulcânica passada e fornecem importantes recursos à indústria.
Exploração científica: Existem em todo o mundo cerca de 70 observatórios. Os cientistas que estudam os vulcões fazem progredir a vulcanologia, tentando compreender onde e quando terão lugar erupções e como se desenrolarão.
E já agora, durante esta semana enquanto estava a estudar História descobri uma coisa muito curiosa: umas pinturas numa casa em Pompeia mantêm-se muito bem conservadas devido às cinzas vulcânicas do vulcão Vesúvio que soterrou a cidade em 79 d.C..
Fonte: http://cna7.wordpress.com
Quais os riscos associados à atividade vulcânica?
Quando os vulcões entram em erupção provocam muita destruição na natureza e na vida humana.
As escoadas de lava destroem tudo à sua passagem, mas geralmente não passam das áreas mais circundantes do vulcão. Os recordes de comprimento das escoadas encontram-se na Austrália e Estados Unidos e chegam aos 150 km.
As bombas vulcânicas quando caem podem matar e ferir pessoas, bem como destruir construções.
As cinzas vulcânicas podem provocar problemas respiratórios nos homens e nos animais destruindo também as plantas por asfixia. As cinzas, quando projetadas para a atmosfera, fazem com que a poluição atmosférica aumente significativamente.
As nuvens ardentes vão-se propagando e podem provocar a morte a humanos e animais por asfixia. A presença de pequenas partículas de cinza na atmosfera também tem impacto no tráfego aéreo.
Existem 3 tipos de vulcanismo atenuado: fumarolas (emissões de fumo); termas (locais com água quente); géisers (jatos de água).
Fumarolas: são emissões de fumo que se formam quando a água da chuva se infiltra nas rochas até à câmara magmática transformando-se em vapor. Se o vapor subir com facilidade até à superfície origina as fumarolas. Dividem-se em 3 tipos:
Fumarolas de água quente - fumarolas quentes;
Fumarolas que emitem vapor de água e enxofre - sulfataras;
Fumarolas que emitem vapor de água e dióxido de carbono - mofetas.
As fumarolas dos Açores são muito conhecidas. São do tipo sulfataras. Na Ilha de S. Miguel são utilizadas para cozinhar o cozido à portuguesa.
Termas: são locais onde existe água quente (águas termais). Formam-se quando a água da chuva se infiltra nas rochas até à câmara magmática transformando-se em vapor. O vapor, se tiver dificuldade em atingir a superfície, perde temperatura, transforma-se em água quente e pode acumular-se num reservatório horizontal, formando assim as fontes termais.
Géisers: são jatos de água que se formam quando a água da chuva se infiltra nas rochas até à câmara magmática transformando-se em vapor. O vapor, se tiver dificuldade em atingir a superfície, perde temperatura, transforma-se em água quente, e pode acumular-se num reservatório na vertical que irá ejetar a água até à superfície. O tempo que demora de um jato ao outro depende do tamanho do depósito.
O recorde de altura para um géiser é de 500m. Foi observado na Nova Zelândia entre 1901 e 1904. Os jatos com 30 a 60 m de altura são vulgares, tal como os do parque Yellowstone, nos Estados Unidos que emite dezenas de milhares de litros de água a ferver a cada 65 minutos.
Lava formada no oceano, quando o magma ardente sai de uma fissura e é brutalmente arrefecido. A crosta endurece imediatamente, mas a lava que se encontra no interior mantém-se a uma temperatura próxima dos 10.000º C e continua a expandir-se;
Este tipo de erupção forma uma espécie de bolas encostadas umas às outras que fazem lembrar almofadas.
Formam-se devido à acumulação do material vulcânico submarino;
São vulcões que repousam no fundo do mar e que se elevam acima da superfície da água. Quando se encontram na superfície terão um tipo de vulcanismo que irá corresponder às características da lava que se encontra na câmara magmática;
As rochas vulcânicas dos vulcões (como o basalto) têm uma cor muito escura, quase negra. Quando estes materiais sofrem o processo de erosão transformam-se em grãos minúsculos, daí as praias das ilhas vulcânicas serem negras.