segunda-feira, 10 de junho de 2013

Reflexão final da unidade "Falhas e dobras"

A nossa professora ensinou-nos as falhas e dobras de uma forma muito esquemática e acho que consegui perceber porquê: quando andei a pesquisar informação para o meu blogue reparei que tudo isto é mais complexo. É necessário ter mais conhecimentos de física, principalmente a parte das forças, para aprofundarmos esta matéria.

Uma coisa que me fazia muita confusão antes de ver imagens reais era como, olhando para uma montanha, se conseguia distinguir o seu tipo de falha ou dobra pois é diferente olhar para um esquema ou para a realidade. Tinha dificuldades em distinguir… Mas depois de ter estudado melhor lá percebi.

As paisagens com falhas e dobras podem constituir um risco para a humanidade ao ponto de provocarem sismos, mas também podem ser consideradas maravilhas da natureza como na África do Sul a Table Mountain ou permitir realizar grandes desempenhos desportivos.

Em relação à parte da deriva continental acho que o cientista Alfred Wegener era um génio. Como é que ele conseguiu criar argumentos que mais tarde se vieram a comprovar que eram verdadeiros estando a tecnologia tão pouco evoluída na altura?

Momento de descontração

Consequências domésticas da deriva continental

O Canhão da Nazaré

Sabias que um dos desfiladeiros submarinos mais famosos do mundo se situa na costa portuguesa?

O Canhão da Nazaré é, por muitos, considerado o maior desfiladeiro submarino da Europa. É de origem tectónica, situa-se ao largo da costa da Nazaré, devido à falha da Nazaré-Pombal, e começa a definir-se a cerca de 500 metros da costa. Tem uma extensão de 211 km e uma profundidade que começa nos 50 metros, mas atinge cerca de 5.000 metros.

Devido ao Canhão da Nazaré a Praia do Norte apresenta ondas significativamente maiores do que a restante costa portuguesa. As ondas conseguem viajar a uma velocidade muito maior pela falha geológica, chegando à costa praticamente sem dissipação de energia.

Nos últimos anos, o surfista havaiano Garret McNamara tem trazido fama internacional à Praia do Norte. Em janeiro de 2013 surfou uma onda calculada em 34 m que é considerada a maior onda de sempre na modalidade.

Fonte: http://www.publico.pt

Falha de Santo André

A costa oeste dos EUA, especialmente a Califórnia, é um dos locais com maior atividade sísmica do planeta. É aí que se encontra a conhecida Falha de Santo André que se prolonga por cerca de 1.290 km de comprimente e 15 Km de profundidade. Marca o limite entre as duas maiores placas tectónicas do planeta: a placa do Pacífico e a placa Norte-Americana.

Apesar de não der percetível aos nossos olhos, naquela região, a placa norte-americana desliza 14 mm por ano em sentido sudeste enquanto a placa do Pacífico se desloca, em sentido oposto, 5 mm por ano.

Por vezes, a resistência entre elas aumenta e a energia do movimento acumula-se até ser repentinamente libertada, causando grande instabilidade em todo o estado da Califórnia e esteve na origem do violento terremoto que destruiu a cidade de São Francisco em 1906.

Existe a crença popular de que um grande abalo sísmico poderia dividir o estado da Califórnia em dois e uma parte do estado se soltaria do continente e formaria uma ilha. Tal evento é cientificamente possível e poderá ocorrer de forma natural em milhões de anos; no entanto, um sismo em grande escala aceleraria este processo.

Fontes: http://www.infoescola.com e http://www.apolo11.com

Teoria da deriva continental

Em 1912, o cientista alemão Alfred Wegener propôs a teoria da deriva continental: outrora os continentes estiveram todos unidos formando um super-continente chamado Pangeia e que estava rodeado por um super-oceano chamado Pantalassa.

Fonte: http://www.infoescola.com
No entanto, como a crosta terrestre é formada por 7 placas tectónicas principais que andam à deriva sobre a camada de rocha fundida do manto, as forças magnéticas do interior da Terra fizerem com que as placas se deslocassem lentamente, o que justifica que atualmente os continentes estejam afastados uns dos outros. Atualmente, estima-se que todos os anos os continentes se afastem, em média, 2 cm.

Alfred Wegener não conseguiu comprovar a teoria da deriva continental embora os seus argumentos fossem muito fortes. Para se conhecer o mecanismo responsável pela deriva continental era preciso conhecer a morfologia dos fundos oceânicos e só depois da 2ª Guerra Mundial é que se desenvolveram os sonares e os submarinos que permitiram confirmar que a teoria de Alfred Wegener estava correta.

Tipos de dobras

Dobra sinclinal – É uma dobra com a concavidade voltada para cima em que as camadas rochosas mais recentes se encontram na parte interna.


Dobra anticlinal – É uma dobra com a concavidade voltada para baixo em que as camadas rochosas mais antigas se encontram na parte interna.


A- Dobra anticlinal; B - Dobra sinclinal
Fonte: http://www.dct.uminho.pt
Dobra-falha - Surge quando a dobra não aguenta mais a pressão e acaba por partir.

Constituição das dobras

As dobras são constituídas por:
  • Flancos - Planos inclinados das dobras: regiões situadas de ambos os lados da charneira.
  • Charneira - Linha que separa as camadas dos dois flancos e que corresponde aos pontos de curvatura máxima da dobra.
  • Plano axial - Plano imaginário que separa os dois flancos, atravessando as diversas camadas da dobra pela zona da charneira.

O que é uma dobra?

Uma dobra é uma deformação contínua caracterizada pelo arqueamento das camadas rochosas quando estas estão sujeitas a pressões compressivas permanentes e muito lentas até atingirem o seu limite de rotura (a partir desse ponto transformam-se em falhas).

Fonte: http://3.bp.blogspot.com
Para se formarem dobras é preciso que as rochas tenham um comportamento dúctil face à pressão exercida, ou seja, dobram-se sem se partirem.

Horsts e grabens

Uma paisagem pode ser caracterizada por um conjunto de falhas associadas, assumindo um relevo com planos altos e baixos. São os chamados horsts e grabens.



Horst (palavra alemã que significa ninho de águia) – Bloco elevado em relação aos territórios vizinhos por ação de movimentos tectónicos associados a falhas. São faixas alongadas de terreno (que podem ter centenas de quilómetros de comprimento) com um topo relativamente aplanado ladeado por escarpas íngremes. Também se chamam mesetas ou montanhas bloco.

Fonte: http://news.travelhouseuk.co.uk
Graben (palavra alemã que significa escavação ou vala) – Depressão de origem tectónica, geralmente com a forma de um vale alongado com fundo plano, formada quando um bloco fica afundado em relação aos territórios vizinhos em resultado de movimentos combinados de falhas tectónicas. Quando se estendem por centenas ou milhares de quilómetros, são designados por vales de rift.

Fonte: http://zedaway.com

Tipos de falhas

Existem 3 tipos de falhas:




O que é uma falha?

Uma falha é uma fratura na rocha com deslocação dos respetivos blocos, por ação de pressões bruscas resultantes da atividade interna e, por vezes, externa da Terra. Consoante o tipo de movimento podemos afirmar que o material rochoso sofreu uma compressão - força compressiva - ou distensão - força distensiva. A extensão da falha pode variar entre poucos centímetros a centenas de quilómetros.
Para se dar uma falha, a rocha tem que ter um comportamento frágil face à pressão exercida. Por exemplo, quando dobramos uma régua para além de um certo limite, ela parte-se. Simulamos assim a pressão exercida nos materiais rochosos em profundidade e a rutura do material, ou seja, a falha.

domingo, 9 de junho de 2013

Reflexão final da unidade "Os sismos"

Um sismo pode ser completamente destruidor e provocar muitos prejuízos, mas também pode levar à renovação de uma determinada região pois quando se reconstrói aquilo que foi destruído vai-se pensar de outra maneira ao ponto de tornar as coisas diferentes e melhores.

Por exemplo, o sismo de Lisboa foi muito destrutivo e levou a vida de muitas pessoas, mas será que apesar de tudo trouxe alguma coisa boa? Na minha opinião sim, pois a reconstrução da cidade seguiu um planeamento arquitetónico e ficou muito melhor.

Sobre esta matéria surgiram-me algumas questões:

Se atualmente não tivéssemos tantos conhecimentos científicos e ainda acreditássemos em lendas e ocorresse um sismo, o que faríamos? A quem atribuiríamos as “culpas”?

Porque é que os animais sentem primeiro os sismos que os humanos? Que característica especial os faz antecipar estes acontecimentos? Se também conseguíssemos prever os sismos da mesma forma, será que muitas das mortes podiam ser evitadas?

Durante a minha vida nunca tive a experiência de sentir um sismo, nem quero ter… Mas já ouvi relatos de familiares que sentiram abalos de pequena magnitude. Estando atualmente a maioria das pessoas bem informadas, será que, durante um sismo, com o pânico, conseguirão seguir as regras de segurança e salvarem-se? Até onde é que irá o limite da nossa calma que tanto nos recomendam manter nestas situações?

Lendas sobre sismos

Também em relação aos sismos, os povos antigos substituíam a falta de explicações científicas por outro tipo de explicações. Um pouco estranhas, acho eu…

Na Índia:
Segundo a mitologia hindu, a Terra era sustentada por oito fortíssimos elefantes. Quando algum deles se cansava, agachava-se, sacudia-se e abanava a cabeça, produzindo-se os sismos.

Fonte: http://hypescience.com

No Japão:
Segundo o folclore japonês, no fundo do mar, sob o arquipélago, vive o Namazu, um peixe-gato gigante, escuro, com grandes bigodes e de hábitos noturnos. De acordo com a lenda, apenas o Deus Kashima é capaz de controlar o Namazu, colocando uma grande pedra sobre a sua cabeça.

O problema é que, por vezes, Kashima adormece de tanto cansaço por cuidar do Namazu. Então, o peixe consegue escapar e o seu movimento, especialmente da cauda, é que causa o terramoto.

Fonte: http://conexaotokyo.blogspot.pt

Na América do Norte:
Um chefe índio apaixonou-se por uma princesa. Chamavam-lhe Reelfoot, por ter um pé deformado. Quando o pai da princesa recusou o seu pedido de casamento, o chefe Reelfoot raptou-a para casar com ela.

O Grande Espírito (Deus dos índios) avisou-o que, segundo as leis tribais, um índio não deve roubar a esposa de outra tribo vizinha. Se ele desobedecesse, o Grande Espírito faria com que a Terra abanasse e as águas engolissem a sua aldeia, enterrando o seu povo numa imensa sepultura. Reelfoot decidiu ignorar a ira do Grande Espírito e, no meio da cerimónia de casamento, a ameaça concretizou-se: os abalos da Terra foram tão fortes que causaram uma enorme cheia no Rio Mississipi que originou o Lago Reelfoot.

Fonte: http://upload.wikimedia.org

Em Moçambique:
A Terra é um ser vivo que pode adoecer. Quando fica doente, tem febre e arrepios e é por isso que sentimos os seus tremores.

Fonte: http://protagonizajuventude.blogspot.pt/

Na Grécia: Segundo Aristóteles, no interior da Terra havia cavernas subterrâneas, onde estavam aprisionados ventos muito fortes que, ao tentarem escapar-se, faziam a terra tremer.

O que fazer antes, durante e depois de um sismo

Em caso de sismo, se seguires as normas de segurança podes reduzir as consequências de acidentes pessoais e danos materiais. Aqui podes observar um folheto de autoproteção sísmica:

Fonte: http://www.cm-moita.pt

Relatório de visita

No 3º período recebemos a visita de um geólogo do Instituto Português do Mar e da Atmosfera para nos contar algumas curiosidades sobre a matéria dos sismos.

Primeiro explicou-nos um pouco o que era a sua profissão e disse uma frase curiosa: assim como o cão é o melhor amigo do homem, os fósseis são os melhores amigos dos geólogos.

Aqui ficam algumas ideias importantes desta visita:
  • O sismo de Lisboa em 1755 provocou a quase total destruição da nossa cidade. Este sismo é considerado um dos 10 acontecimentos que mais marcaram a história mundial;
  • Explicou-nos as diferenças entre os conceitos de sismo, maremoto, terramoto e tsunami. Referiu que um tsunami é duplamente destruidor comparado com um sismo e que os sismos podem ter origem nas fraturas das placas tectónicas. Quanto maior for a espessura dessas placas, maior será o sismo;
  • Os estudos no fundo do mar são muito importantes para o estudo da atividade sísmica;
  • Entre os maiores sismos a nível mundial, destacam-se: o sismo do Chile em 1960, o do Alasca em 1964, e muitos dos que têm afetado o Japão e a Indonésia. Alguns destes sismos tiveram uma magnitude superior a 8,5.
Esta visita ajudou-nos a aprofundar alguns aspetos da matéria dada nas aulas e talvez alguém na assistência tenha ficado com vontade de, um dia mais tarde, ser geólogo. Eu ainda não sei…

O Terramoto de Lisboa de 1755

O Terramoto de Lisboa de 1755 ocorreu na manhã de 1 de novembro de 1755, dia que coincide com o feriado do Dia de Todos-os-Santos. Destruiu quase por completo a cidade de Lisboa e atingiu ainda Setúbal e grande parte do litoral do Algarve. As ondas de choque do sismo foram sentidas por toda a Europa e norte da África.

O epicentro não é conhecido com precisão, mas estima-se que tenha sido no mar, entre 150 a 500 quilómetros a sudoeste de Lisboa. Relatos da época afirmam que os abalos foram sentidos, consoante o local, durante seis minutos a duas horas e meia, causando fissuras enormes de que ainda hoje há vestígios em Lisboa. Os geólogos modernos estimam que tenha atingido a magnitude 9 na escala de Richter e uma intensidade entre X-XI na escala de Mercalli.

Com os vários desmoronamentos, os sobreviventes procuraram refúgio na zona portuária e assistiram ao recuo das águas. Poucas dezenas de minutos depois, o sismo foi seguido de um maremoto que provocou um tsunami, cujas ondas se crê que tenham atingido mais de 10 metros, e de múltiplos incêndios que duraram pelo menos cinco dias. O número de vítimas mortais é difícil de determinar: é comum referir-se que terão sido entre 12.000 a 15.000 pessoas, mas estudos modernos indicam que numa cidade com 275.000 habitantes é provável que tenham morrido entre 70.000 a 90.000 pessoas. Foi um dos sismos mais mortíferos da História.

Fonte: http://www.museudacidade.pt/Esposicoes/Permanente/Paginas/Terramoto-de-1755-Reconstrucao-sec-XVIII%E2%80%93XIX.aspx
Cerca de 85% das construções de Lisboa foram destruídas, incluindo palácios famosos, bibliotecas, conventos, igrejas e hospitais. Várias construções que sofreram poucos danos pelo terramoto foram destruídas pelo fogo que se seguiu, causado por lareiras de cozinha, velas e, mais tarde, por saqueadores em pilhagens dos destroços.

As ruínas do Convento do Carmo, no centro da cidade, ainda hoje podem ser visitadas.

Fonte: http://www.panoramio.com
A família real portuguesa escapou à catástrofe, pois o Rei D. José I e a corte tinham deixado a cidade nesse dia.

Tal como o rei, o Marquês de Pombal, futuro primeiro-ministro, sobreviveu ao terramoto. Conta-se que à pergunta "E agora?" respondeu "Enterram-se os mortos e cuidam-se os vivos". A sua rápida atuação levou a organizar equipas de bombeiros para combater os incêndios e recolher os milhares de cadáveres para evitar epidemias.

Menos de um ano depois do terramoto, os trabalhos de reconstrução iam adiantados. O rei desejava uma cidade nova e ordenada com grandes praças e avenidas largas e rectilíneas.

Fonte: http://arteemtodaaparte.wordpress.com
O novo centro da cidade, hoje conhecido por Baixa Pombalina, é uma das zonas nobres da cidade e apresenta dos primeiros edifícios mundiais a serem construídos com proteções à prova de sismos (antí-sísmicas) que foram testadas em modelos de madeira, utilizando-se tropas a marchar para simular as vibrações sísmicas.

O terramoto de Lisboa teve um enorme impacto político e socioeconómico na sociedade portuguesa do século XVIII, dando origem aos primeiros estudos científicos do efeito de um sismo numa área alargada, marcando assim o nascimento da moderna Sismologia.

Se acederes ao site do Museu da Cidade podes consultar informação sobre a história da cidade de Lisboa e  imagens da recriação de algumas zonas antes do terramoto.

Risco sísmico em Portugal

O risco sísmico é a probabilidade de ocorrer perda de vidas humanas e destruição de património causadas por um sismo, num certo intervalo de tempo.

E qual é o risco sísmico de Portugal?

Portugal continental está numa zona de risco sísmico moderado, pois situa-se na placa euro-asiática, muito perto da fronteira com a placa africana. Na Europa, a Itália e a Grécia estão numa localização mais complicada, mas logo a seguir aparecem Portugal e Espanha.

Os Açores, perto da Crista Média Atlântica, uma cordilheira submarina que divide e atravessa o oceano no sentido sul/norte, também se encontram numa zona complicada de risco considerável.

Em Portugal Continental o risco não é o mesmo em todo o território. Como se pode ver na carta das isossistas da atividade sísmica até hoje, o risco diminui de sul para norte- Algarve, Alentejo, Lisboa e região Oeste são as zonas com mais risco.
Fonte: http://www.meteo.pt/sismologia/sismologia.html

Representação gráfica de sismos

De acordo com a sua magnitude:
O sismógrafo é um aparelho em permanente funcionamento que regista, com precisão, a vibração do solo provocada pela passagem das ondas sísmicas, ou seja, regista a magnitude dos sismos.

Fonte: http://w3.ualg.pt

O gráfico obtido num sismógrafo indica as características das diferentes propagações das ondas sísmicas e chama-se sismograma.

Um sismograma, em período de calma sísmica, apresenta o aspeto de uma linha reta com apenas algumas oscilações. Quando ocorre um sismo, os registos tornam-se mais complexos e com oscilações bastante acentuadas, mostrando a amplitude das diferentes ondas sísmicas.

Fonte: http://paleolisboa.com
A partir destes dados, os sismólogos - pessoas especializadas em sismos - podem classificar os sismos com base na escala de Richter.

De acordo com a sua intensidade:
A partir da recolha de dados relativos à destruição causada pelo sismo e das informações prestadas pelas pessoas, é possível elaborar uma carta de intensidades sísmicas: as cartas de isossistas. Estas cartas apresentam linhas curvas e fechadas que unem, num mapa, pontos onde se registaram valores de intensidades sísmicas iguais. Em cada isossista, a intensidade varia um grau, aumentando da periferia para o centro. Ao centro da carta corresponde o epicentro do sismo.

Este é um exemplo de uma carta de isossistas referente ao terramoto de Lisboa de 1755:

Escalas sísmicas

Por vezes existe alguma confusão entre magnitude e intensidade:

Magnitude - Quantidade de energia libertada por um sismo.

Intensidade - Quantidade de destruição provocada por um sismo. Faz-se um inquérito à população para medir o grau de destruição material e humana. Com os dados obtidos de intensidade sísmica elabora-se um mapa onde se determina o epicentro.

Por exemplo: um sismo no deserto, por muita energia que liberte, terá sempre um efeito reduzido nas populações e estruturas, ou seja, será de alta magnitude, mas de baixa intensidade.

Para avaliar os efeitos dos sismos utilizam-se duas escalas (uma quantitativa e outra qualitativa):
  • Escala de Richter: Foi criada em 1935 pelos sismólogos Charles Francis Ritchter e Beno Gutenberg. Mede a magnitude de um sismo, ou seja, mede a energia libertada pelo sismo no hipocentro. Tem uma escala de 0 a 9 e cada grau é 30 vezes superior ao grau anterior. É considerada a escala mais científica e é a mais utilizada. Baseia-se em registos sismográficos.
Magnitude
Descrição
Efeitos
Frequência
< 2,0
Micro
Micro tremor de terra, não se sente.
~8.000/dia
2,0 - 2,9
Muito pequeno
Geralmente não se sente, mas é detetado/registado.
~1.000/dia
3,0 - 3,9
Pequeno
Frequentemente sentido, mas raramente causa danos.
~49.000/ano
4,0 - 4,9
Ligeiro
Tremor notório de objetos no interior de habitações, ruídos de choque entre objetos. Danos importantes pouco comuns.
~6.200/ano
5,0 - 5,9
Moderado
Pode causar danos maiores em edifícios mal concebidos em zonas restritas. Provoca danos ligeiros nos edifícios bem construídos.
800/ano
6,0 - 6,9
Forte
Pode ser destruidor em zonas num raio até 180 Km em áreas habitadas.
120/ano
7,0 - 7,9
Grande
Pode provocar danos graves em zonas mais vastas.
18/ano
8,0 - 8,9
Importante
Pode causar danos sérios em zonas num raio de centenas de quilómetros.
1/ano
9,0 - 9,9
Excecional
Devasta zonas num raio de milhares de quilómetros.
1 a cada 20 anos
> 10,0
Extremo
Nunca registrado.
Extremamente raro (desconhecido)

  • Escala de Mercalli: Foi criada em 1902 pelo sismólogo italiano Guisseppe Mercalli. Mede a intensidade de um sismo e é baseada na destruição causada pelo sismo e nas informações prestadas pelas pessoas. Tem uma escala de I a XII, utilizando-se a numeração romana para se diferenciar da escala de Richter.
Intensidade
Descrição
Efeitos
I
Impercetível
Não sentido. Efeitos marginais e de longo período no caso de grandes sismos.
II
Muito fraco
Sentido pelas pessoas em repouso nos andares elevados de edifícios ou favoravelmente colocadas.
III
Fraco
Sentido dentro de casa. Os objetos pendentes baloiçam. A vibração é semelhante à provocada pela passagem de veículos ligeiros. É possível estimar a duração, mas pode não ser reconhecido como um sismo.
IV
Moderado
Os objetos suspensos baloiçam. A vibração é semelhante à provocada pela passagem de veículos pesados ou à sensação de pancada de uma bola pesada nas paredes. Carros estacionados balançam. Janelas, portas e loiças tremem. Os vidros e as loiças chocam e tilintam. Na parte superior deste grau as paredes e as estruturas de madeira rangem.
V
Forte
Sentido fora de casa; pode ser avaliada a direção do movimento; as pessoas são acordadas; os líquidos oscilam e alguns extravasam; pequenos objetos em equilíbrio instável deslocam-se ou são derrubados. As portas oscilam, fecham-se ou abrem-se. Os estores e os quadros movem-se. Os pêndulos de relógio param, iniciam ou alteram o seu estado de oscilação.
VI
Bastante forte
Sentido por todos. Muitos assustam-se e correm para a rua. As pessoas sentem falta de segurança. Os pratos, as loiças, os vidros das janelas e os copos partem-se. Objetos ornamentais e livros caem das prateleiras. Os quadros caem das paredes. As mobílias movem-se ou tombam. Os estuques fracos e alvenarias de qualidade inferior fendem. Pequenos sinos tocam. As árvores e arbustos são visivelmente agitadas e ouve-se o respetivo ruído.
VII
Muito forte
É difícil permanecer em pé. É notado pelos condutores de automóveis. Objetos pendurados tremem. As mobílias partem. Verificam-se danos nas alvenarias de qualidade inferior, incluindo fraturas. As chaminés fracas partem ao nível das coberturas. Queda de reboco, tijolos soltos, pedras, telhas, cornijas, parapeitos soltos e ornamentos arquitetónicos. Algumas fraturas nas alvenarias de qualidade intermédia. Ondas nos tanques. Água turva com lodo. Pequenos desmoronamentos e abatimentos ao longo das margens de areia e de cascalho. Os grandes sinos tocam. Os diques de betão armado para irrigação são danificados.
VIII
Ruinoso
Afeta a condução dos automóveis. Danos nas alvenarias de qualidade intermédia com colapso parcial. Alguns danos na alvenaria de boa qualidade e nenhuns na alvenaria de qualidade superior. Quedas de estuque e de algumas paredes de alvenaria. Torção e queda de chaminés, monumentos, torres e reservatórios elevados. As estruturas movem-se sobre as fundações, se não estão ligadas inferiormente. Os painéis soltos no enchimento de paredes são projetados. As estacarias enfraquecidas partem. Mudanças nos fluxos ou nas temperaturas das fontes e dos poços. Fraturas no chão húmido e nas vertentes escarpadas.
IX
Desastroso
Pânico geral. Alvenaria de qualidade inferior destruída; alvenaria de qualidade intermédia grandemente danificada, às vezes com completo colapso; as alvenarias de boa qualidade seriamente danificadas. Danos gerais nas fundações. As estruturas, quando não ligadas, deslocam-se das fundações. As estruturas são fortemente abanadas. Fraturas importantes no solo. Nos terrenos de aluvião dão-se ejeções de areia e lama; formam-se nascentes e crateras arenosas.
X
Destruidor
A maioria das alvenarias e das estruturas são destruídas com as suas fundações. Algumas estruturas de madeira bem construídas e pontes são destruídas. Danos sérios em barragens, diques e aterros. Grandes desmoronamentos de terrenos. As águas são arremessadas contra as muralhas que marginam os canais, rios e lagos; lodos são dispostos horizontalmente ao longo de praias e margens pouco inclinadas. Vias-férreas levemente deformadas.
XI
Catastrófico
Vias-férreas fortemente deformadas. Canalizações subterrâneas completamente avariadas.
XII
Cataclismo
Grandes massas rochosas deslocadas. Conformação topográfica distorcida. Objetos atirados ao ar. Nunca registado no período histórico.

Fonte: http://www.netxplica.com
Vamos agora ver a relação entre as duas escalas:

Fonte: http://www.geomundo.com.br